Sentimento de segurança ainda não é bom, diz secretário nacional

O secretário nacional de segurança pública, general Guilherme Theophilo, esteve em Florianópolis nesta sexta-feira (11) e disse que, apesar da redução de índices de violência no país, “o sentimento de segurança ainda não é bom”. Para contornar o problema, citou diversas ações da pasta que estão em andamento. Entre elas, a tentativa de recuperar parte dos quase R$ 500 milhões de verba contingenciada. Theophilo foi o palestrante da vez do Momento Brasil, série de eventos da Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert) que discute o cenário político com autoridades nacionais.

No evento, ele reiterou que o Ministério da Justiça e da Segurança Pública vai basear as ações nos próprios estudos sobre a criminalidade, em detrimento de informações de outros órgãos. Defendeu a integração das forças policiais, mais rigor em presídios, e valorização da parte emocional de agentes. “Hoje, perdemos mais soldados em suicídio do que em combate”, disse.

Também defendeu a transformação da Força Nacional em Guarda Nacional, tema que tramita no Senado como PEC. “Hoje, eu sangro os estados. Tiro os melhores homens”, afirmou. A ideia é que seja um realizado um concurso específico para esses novos agentes, sem mexer no quadro dos estados, e que a estrutura fique à disposição da presidência.  

Segundo ele, o problema de falta de efetivo é grave. Em alguns estados, o poder público ficou tanto tempo sem realizar chamamento de novos policiais que os altos cargos da segurança são maioria. “Tem estado que só tem sargento para cima”, exemplificou. 

Para o general, a segurança catarinense é um exemplo. “[Fiquei] impressionado com o grau de informatização, com o grau de tecnologia, apoio de comunicação. Santa Catarina está muito na frente com um projeto excelente que serve de modelo para todo o país”, afirmou. 

Foto: Murici Balbinot/

Defendeu ainda o projeto Em Frente Brasil, que prevê a atuação da polícia em parceria com outras áreas do poder público. “[O programa vai] atuar nas causas e não só na consequência. A violência é consequência de uma ausência do Estado, de uma falta de políticas públicas. Tem política de segurança pública, e tem política pública de segurança. A política pública envolve todos os ministérios”.

Além disso, reclamou da cobertura da imprensa, “não a de Santa Catarina”, no caso da menina Ágatha, de oito anos, assassinada no Rio de Janeiro, e também em outros casos. Segundo ele, os veículos se precipitaram. “Nem se sabe de onde veio o tiro”, disse. Theophilo, homem forte do ministro Sergio Moro, disse também que quer criar um selo ‘amigo da segurança pública’ para empresas que dão desconto para policiais, bombeiros, e outros agentes. 

O evento

O presidente da Acaert, Marcello Correa Petrelli, abriu o evento relacionando a cobertura midiática com a segurança. “Já faz algum tempo que nossos veículos entendam que precisam tratar o bandido como bandido, sem dar margens para interpretações equivocadas”, afirmou. Criticou o incentivo à ‘vitimização’ de governos anteriores. “Está cada vez mais claro que a violência é uma escolha de vida, não só uma consequência social”, disse. 

O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Paulo Koerich, falou pelo Colegiado Superior de Segurança Pública. Disse que a integração das forças de segurança é um dos grandes fatores para a queda da criminalidade e defendeu a ampliação do diálogo entre as instituições.

O Momento Brasil tem apoio da Associação dos Diários de Interior de Santa Catarina (ADI/SC) e da Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina (Adjori/SC). A Vice-presidente da Adjori/SC para a Grande Florianópolis e diretora do Jornal Trindade, Daiane Rodrigues, representou o presidente da entidade, José Roberto Deschamps.

Vice-presidente da Adjori/SC da Grande Florianópolis e diretora do Jornal Trindade, Daiane Rodrigues