SC vive epicentro da cepa P1 e investiga indícios de outras variantes, diz secretário de Saúde
O secretário de Saúde de Santa Catarina, André Motta Ribeiro, disse nesta quinta-feira (11) que o Estado vive “o epicentro da transmissão” da variante P1 do Coronavírus, mas que também investiga a presença de outras cepas do vírus. Segundo ele, há indícios da presença de demais cepas, especialmente relacionada a casos vindo de outros países.
“Nós temos uma rede de pesquisa dessas cepas. Já foi identificado em vários lugares a presença da P1 e nós estamos investigando outras cepas que estão acometendo o mundo de uma forma tão cruel quanto Santa Catarina. Mas é sim uma variante do vírus e esse é o momento mais delicado”, afirmou.
Até essa quinta, Santa Catarina havia encaminhado 329 amostras distribuídas para a Fiocruz, no Rio de Janeiro, para o Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, e para a Fundação Ezequiel Dias, de Minas Gerais. São esses laboratórios que realizam o sequenciamento genômico para identificação das variantes.
Foram identificadas oficialmente 21 casos da variante brasileira P1 até então. Além dos casos importados – pessoas que viajaram ou tiveram contato com viajantes -, há 11 casos autóctones – aqueles com contaminação interna. Os registros são de moradores de Biguaçu, Chapecó, Florianópolis, Joinville, Laguna, e São José.
Do total de 329 amostras, foram sequenciadas 141, sendo identificadas 10 linhagens distintas do vírus. Destas, apenas a P1 é considerada uma variante de preocupação (chamada de VOC, do inglês Variant of Concern), ou seja, que tem maior poder de disseminação.
“Nós temos várias variantes do vírus e a característica da doença viral é se transformar com o passar do tempo. Foi assim com outras doenças e a gente percebe claramente que isso acontece. Esse vírus é um tanto quanto diferente porque ele é mais cruel. É um vírus que não respeita clima, geografia, característica da população e agora não está respeitando nem faixa etária. Nunca respeitou órgão do corpo e ele se modifica. É da natureza doença”, disse André Motta.
“Nós estamos sim no epicentro da transmissão da cepa brasileira da P1, com alguns indícios da possibilidade de outras cepas aqui circulando, o que é absolutamente entendível porque esse é mundo globalizado, as pessoas circulam em diversos ambientes, inclusive no exterior. Esse vírus tem uma capacidade de atingir com uma força maior as pessoas numa velocidade maior”, acrescentou.
Os 21 casos da P1 confirmados:
Confirmado em 11 de fevereiro:
– homem, de 55 anos, residente em Joinville (importado)
Confirmados em 15 de fevereiro:
– homem, de 69 anos, residente Amazonas (identificado em Florianópolis) (importado)
– mulher, de 64 anos; residente Amazonas (identificado em Florianópolis) (importado)
Confirmado em 16 de fevereiro:
– homem, de 71 anos, residente em Joinville (importado)
Confirmado 22 de fevereiro:
– mulher, de 54 anos, residente em Humaitá (AM) (importado)
Confirmados em 27 de fevereiro:
– mulher, de 42 anos, Manaus (importado)
– mulher, de 40 anos, Manaus (importado)
– homem, de 48 anos, Manaus (importado)
Confirmados em 2 de março:
– homem, de 39 anos, Joinville (autóctone)
– mulher, de 68 anos, Camboriú (autóctone)
Confirmados em 5 de março:
– mulher, de 30 anos, Presidente Getúlio, com viagem para Acre (importado)
– homem, de 36 anos, Presidente Getúlio, com viagem para Acre (importado)
– mulher, de 32 anos, Laguna (autóctone)
– homem, de 39 anos, Joinville (autóctone)
– homem, de 55 anos, Joinville (autóctone)
– mulher, de 31 anos, Chapecó (autóctone)
– mulher, de 52 anos, Chapecó (autóctone)
Casos confirmados em 8 de março:
– mulher, de 48 anos, Florianópolis (autóctone)
– homem, de 41 anos, São José (autóctone)
– mulher, de 45 anos, Biguaçu (autóctone)
– homem, de 28 anos, Florianópolis (autóctone)