André Motta se manifesta sobre pedido de lockdown

O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, comentou na noite desta quinta-feira (11) a ação civil pública apresentada pelo Ministério Público de SC (MPSC) e Defensoria Pública de SC (DPE/SC) pedindo lockdown de 14 dias em Santa Catarina. Motta Ribeiro defendeu as ações do Estado e afirmou que a reclamação dos órgãos de controle é “natural”.

“Eu vejo como uma manifestação justa do processo democrático. Os órgãos de controle são compostos por pessoas que têm seus medos e suas dificuldades e estão sendo questionados. Nós estamos sob efeito de uma pandemia grave. Esse vírus mata as pessoas. […] É natural que exista essa angústia de querer de alguma forma contribuir ou até interferir em ações”, disse o secretário.

Para ele, se as pessoas tivessem entendido as regras de distanciamento e evitado aglomerações, o Estado possivelmente não precisaria estar passando pelo pior momento da pandemia em 12 meses.  

O governo do Estado editou novo decreto nesta quarta (10) após com reunião com prefeitos e com membros da Assembleia Legislativa de SC (Alesc). O Ministério Público, que havia participado de reuniões anteriores, não esteve presente. Após a edição dos decretos, o MP e a DPE acionaram a Justiça, que ainda não se manifestou. 

“É óbvio que diminuir a circulação das pessoas diminui a circulação do vírus, mas nós estamos há um ano nesse enfrentamento e o impacto na sociedade e na vida das pessoas, por outro lado, pelo lado econômico… as pessoas não gostam falar de economia quando se fala em pandemia, mas ela tem que ser discutida sim. Um país falido não consegue atender o seu cidadão”, afirmou o secretário. 

“Cada um de nós tem uma responsabilidade. Achar que decreto mais ou menos restritivo resolve problema seria olhar de uma forma muito rasa. Essa é uma doença da sociedade, não é uma doença do indivíduo. São pessoas contaminando pessoas. Enquanto nós não entendermos isso como sociedade, não há decreto que chega a tempo”, complementou. 

Segundo André Motta, os resultados dos decretos restritivos aos finais de semana e nas madrugadas já são visíveis porque, em alguns lugares, a velocidade de transmissão diminui. Mais informações sobre a eficácia dos decretos será percebida na semana que vem, afirmou. 

Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Secom