Entrevista: Banda Fresno

A banda Fresno, um dos nomes mais icônicos do rock brasileiro, segue marcando presença na cena musical com sua autenticidade e dedicação. Com mais de 20 anos de carreira a banda conquistou uma legião de fãs com sua mistura única de estilos e letras profundas, criando uma identidade própria que atravessa gerações.
O Jornal Trindade fez uma entrevista exclusiva com o vocalista Lucas Silveira, que falou sobre o processo criativo, desafios e como a evolução do som ainda mantém a relação próxima com os fãs. Confira a seguir!
JT: Como é o processo de se reinventar sonoramente a cada álbum?
Lucas: Eu não procuro me reinventar muito, não. Eu acho que já teve uma fase, eu acho que quando a gente é mais jovem, a gente está se descobrindo demais. Então, a cada ano que passa, é uma descoberta, e essas descobertas trazem músicas diferentes, ou, às vezes, uma noção, uma vontade de mostrar um lado diferente que ainda não foi mostrado. E eu já sinto que muitos lados meus e da Fresno foram mostrados, e hoje eu busco, justamente, não é nem a reinvenção, e sim uma procura por uma essência, uma coisa que é a mais pertencente, uma coisa que eu menos consiga me livrar, entendeu? Eu acho que é mais por aí.
JT: Quais os principais desafios de serem auto-geridos na produção dos álbuns?
Lucas: Os principais desafios de ser auto-gerido é porque você não vai ter alguém pra te dar um cutuco e falar assim: “Acorda! Acorda aí, vamo, vamo!” Então, tu tem que ter essa disciplina, principalmente de saber que tudo depende de ti, pro bom e para o ruim também. As escolhas que a gente acaba tomando, se elas vão pra um caminho que não foi o certo, perfeito, almejado, não tem muito a quem culpar. É óbvio que assim, mesmo sendo auto-gerido, a gente tem escritório, a gente tem equipes que trabalham com a gente, seja de marketing, seja a galera que trabalha na distribuidora. Então, a gente recebe muito feedback de muitas coisas, mas, no fundo, no fundo, a palavra final é nosso. Então, as rédeas são nossas e a responsabilidade por tudo é nossa. Eu acho que não é pra qualquer um, mas pra gente, com certeza, funciona bastante.
JT: O que mantém a conexão forte com os fãs, mesmo com a evolução do som da banda?
Lucas: Eu acho que mantém a nossa conexão muito forte com os fãs é justamente, que os fãs esperam alguma coisa da gente, sempre verdadeira. Então, não tem fingimento entre a gente, à música que a gente faz e como os fãs vão receber ela, o momento que a gente tá vivendo. Tudo isso a galera fica muito a par disto. E, por isso, a gente é uma banda que as pessoas consideram muito mais ali pessoas do que uma instituição, um negócio, uma firma. E isso é muito importante. Eu acho que isso é um segredo ali, que tem do público, mais que gostar, por confiar tanto na gente e esperar tanto da gente.
JT: O que os fãs podem esperar de uma noite com Fresno e Pitty?
Lucas: Uma noite com Fresno e Pitty, eu queria ser fã nessas fases, porque são duas bandas que são muito amigas. A Pitty ainda dá uma geração um pouquinho anterior à nossa, mas, querendo ou não, o show é uma grande viagem no tempo. Ela está com uma turnê do ‘Admirável Chip Novo’, que é um disco que já fez seus mais de 20 anos. Então, a gente está com a turnê ‘Eu Nunca Fui Embora’, que é o nosso álbum novo. Mas a gente toca muitas músicas também, clássicas. Então, é uma noite que vai promover, assim, uma viagem no tempo muito grande, um pouco de nostalgia, um pouco de novidade e muito rock. A Arena Opus lá é muito legal, onde vai acontecer o show. E a gente está louco pra chegar a Floripa e fazer esse show.
JT: Deixe uma mensagem para os leitores e fãs de Florianópolis.
Lucas: E é isso, na galerinha de Floripa, apareçam nos shows. Eu sei que é difícil, eu sei que, às vezes, a gente demora pra vir, mas dessa vez a gente veio. E não apenas estamos aí, como estamos levando a Pitty com a gente. Então, vai ser incrível. Apareçam nos shows, continuem vendo nosso trabalho, e é isso, galera. Beijão.
Foto: Camila Cornelsen