Em março, preços dos grãos registraram novo recorde em SC

A cotação de preços de grãos como milho e soja voltou a subir em março em Santa Catarina. Segundo informações da Epagri, o valor médio pago no atacado pela saca de 60 kg de milho amarelo subiu de R$ 88,55, em fevereiro, para R$ 90,36, em março, o maior valor da história. A alta é de 2,04%. Na comparação com o mesmo período de 2020, quando a saca era cotada a R$ 51,37, o aumento é de 75,9%.

Já em relação à soja, o preço da saca de 60 kg passou de R$ 171,51, em fevereiro, para R$ 175,35, em março, alta de 2,71%. Apesar do crescimento pequeno na passagem mensal, o valor consolidou-se em patamar muito acima do praticado em anos anteriores. Em março de 2020, por exemplo, na comparação anual, a saca era cotada a R$ 92,77. Ou seja, quase dobrou em 12 meses. 

Segundo a Epagri, dois fatores contribuem com a alta nos preços. Um deles é a desvalorização do real frente ao dólar, o que significa que os produtores ganham nominalmente mais com a moeda americana, que esteve acima de R$ 5,50 durante o período. Outro fator é a forte demanda do mercado chinês, principalmente em relação à soja, somado à baixa nos estoques mundiais. 

Em Santa Catarina, os preços em alta causam efeitos opostos. Produtores comemoram valores recordes e ganhos nunca antes registrados, apesar da baixa produtividade. Por outro lado, as agroindústrias, que consomem grãos para ração de animais, têm aumento de custos e tendem a repassar o efeito ao consumidor. 

A colheita dos grãos no Estado está ocorrendo de maneira tardia na safra 2020/2021 devido aos efeitos da estiagem. Em algumas regiões foi necessário o replantio. De acordo com os dados da Epagri, a falta de chuvas provocou quebra de 7% na produção de soja e de 23,5% na produção de milho no Estado. 

Foto: Felipe Götz/O Celeiro