Uso de outras fontes poderia ter evitado apagão no Amapá, diz especialista

Na noite desta terça-feira (17), a cidade de Macapá voltou a registrar mais um apagão. O corte no fornecimento de luz na capital do Amapá ocorreu por volta das 21h. Desde o dia 3 de novembro, a cidade está sofrendo com a falta de energia, com o fornecimento sendo restabelecido na forma de rodízio.

O apagão foi causado pelo incêndio de um transformador, que ficou totalmente destruído. Para o diretor da consultoria em energia ENERCONS, Ivo Pugnaloni, o episódio mostra a importância de se investir em diferentes formas de geração de energia.

“Há uma única linha de transmissão que chega até lá, uma só. E aquela linha tiver algum problema, o Estado inteiro fica no escuro. Isso não poderia acontecer. O Amapá tem um potencial eólico muito grande em sua costa e o interior está repleto de aproveitamentos hidráulicos que poderiam ser utilizados”, destacou. 

Pugnaloni explica que em locais que não investem em outras formas de gerar energia, como hidrelétricas, e nem em estrutura para linhas de transmissão e subestações, acidentes como o incêndio no transformador do Amapá podem acarretar na falta de energia em todo um estado.

“A questão da energia no Brasil goza de pouquíssima atenção. Dá a impressão que a gente só se preocupa com a energia elétrica quando ela falta. Ninguém se preocupa com a origem da energia, com as formas como ela pode ser gerada, se são caras ou baratas, se são poluentes ou não, muito menos como ela pode chegar a todas as cidades”, ressaltou.Segundo ele a recente inauguração da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) em Renascença, no sudoeste do Paraná, é um marco para o setor. Ela demonstra a preocupação das autoridades em buscar diferentes formas de geração de energia, especialmente as mais limpas e baratas, como as PCHs, e as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs).