Temporada de turismo na Serra teve queda de 33% no faturamento
Segundo levantamento apresentado nesta terça-feira (29) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de SC (Fecomércio/SC) dois terços dos empresários avaliaram o movimento da temporada de inverno na Serra catarinense como ruim (37,2%) ou muito ruim (30%). Com a queda por conta da pandemia de Coronavírus, o faturamento das empresas caiu 33,7% em relação a temporada passada.
O setor mais afetado foi a hotelaria. A taxa de ocupação de leitos em hotéis e pousadas despencou de 67,5% em 2019 para 26,3% neste ano. Já o faturamento caiu 63%. Os únicos setores que consideraram esta temporada positiva foram o de supermercados e o de farmácias.
Com o movimento e o faturamento caindo, 44% dos empresários afirmaram que precisaram realizar demissões no período. Já 25,6% optou por conceder férias coletivas e 19,6% reduziu a jornada de trabalho dos funcionários com diminuição no salário. A pesquisa também mostrou que, no período, 2,9% das empresas da região fecharam temporariamente, e 1,4%, definitivamente.
A onda de frio e a previsão de neve no fim de agosto ajudaram a amenizar os impactos negativos desta temporada. Considerando as restrições, os hotéis da região registraram 91% de taxa de ocupação no período. Outro fator que amenizou as perdas foi a alta no ticket médio (R$ 107,60), que subiu 34% em relação ao ano passado.
Apesar da temporada ter sido ruim em 2020, os empresários do turismo estão otimistas que o setor consiga se recuperar num futuro próximo. “Vejo com otimismo o futuro do turismo na Serra. Temos um tesouro inesgotável em Santa Catarina e em nossa região. O que não falta é potencial turístico no Estado, mas precisamos puxar a corda para o mesmo lado, trabalhar de forma organizada e manter a sustentabilidade”, destacou o empresário de Bom Jardim da Serra, Mário Michels.
Já o presidente da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio/SC, Marco Aurélio Floriani, acredita que, para se recuperar da crise, o setor turístico catarinense precisa melhorar sua comunicação interna e apresentar Santa Catarina como um produto único. “Estamos vendendo a Serra para o Litoral? E o Litoral para o Oeste? Será que o catarinense conhece o próprio Estado?”, ressaltou.