Fiesc discute concessão da BR-101 Sul e atraso nas obras do Contorno Viário de Florianópolis

Conselho de Infraestrutura criticou praças de pedágio no trecho Sul. Entidade defende modelo de cobrança por quilômetro rodado

Nesta quarta-feira (15), o Conselho para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense realizou uma conferência online onde apresentou as atividades de infraestrutura que aconteceram no primeiro semestre. Durante o encontro, foram discutidas a nova concessão do trecho Sul da BR-101 e o atraso nas obras do Contorno Viário de Florianópolis. 

Além das discussões relacionadas à BR-101, o Conselho aproveitou o encontro para destacar dois marcos na logística catarinense no período: a manobra de um navio de 300 metros no porto de Itajaí e o pouso de um avião cargueiro no aeroporto de Florianópolis. 

A assinatura da concessão do trecho Sul da BR-101 para a empresa CCR ViaCosteira foi realizada no último dia 7. O trecho que será administrado pela empresa por 30 anos abrange 19 municípios e possui 221 km.

A CCR ViaCosteira iniciará as atividades na rodovia no dia 7 de agosto. Serão investidos R$ 3,3 bilhões em obras de infraestrutura e R$ 4 bilhões em manutenção, totalizando R$ 7,3 bilhões. 

“A concessão é muito bem-vinda. Mantém os investimentos que o Estado e o Governo Federal fizeram nos últimos anos, além de melhorar a segurança e as condições de trafegabilidade na rodovia, o que deve trazer mais competitividade ao Sul do país”, destacou o presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar. 

“Além dos investimentos, as atividades da CCR na rodovia irão gerar mais de 3 mil empregos, o que nesse momento é fundamental”, complementou o senador Jorginho Mello (PL).

Apesar de reconhecer os benefícios, a Fiesc criticou o modelo de praças de pedágio. A entidade defende o free flow, onde os usuários são cobrados por quilômetro rodado. O trecho contará com quatro praças de pedágios, que têm previsão de início para agosto de 2021. Os valores variam de R$ 1,97 até R$ 5,19. 

O senador Esperidião Amin (PP) foi ainda mais enfático nas críticas. “Desejo boa sorte à CCR, como desejaria a todos que realizam investimentos na infraestrutura de SC, mas esse será o último exemplar de um modelo de concessão com praças de pedágio. Em termos técnicos e de justiça para o contribuinte, ele está ultrapassado. A cobrança por quilômetro rodado é o futuro”, ressaltou.

Segundo a CCR, o modelo defendido pela Federação e pelo senador ainda é inviável. “Estamos estudando os elementos, porém o alto índice de inadimplência, e a falta de fiscalização e de uma legislação saudável tornam o modelo de free flow inviável neste momento”, afirmou o diretor-presidente da CCR ViaCosteira, Fausto Camilotti.

Contorno Viário

Outro assunto debatido na conferência foi a demora na conclusão das obras do Contorno Viário de Florianópolis. O presidente da Fiesc classificou a paralisação nas obras como preocupante e destacou que a região representa um importante gargalo na logística catarinense. 

“Precisamos fazer um grande esforço, porque essa dificuldade de trafegar na BR-101 prejudica nosso potencial, tanto turístico, quanto de atração de novas empresas”, ressaltou Aguiar. 

A empresa concessionária do trecho, Arteris Litoral Sul, justifica que a retomada das obras aguarda a autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de um termo aditivo no projeto inicial, o que deve acontecer em breve. 

Segundo o diretor de Operações da Arteris, Antonio Cesar Ribas, as obras estão com atraso de 5% em relação ao previsto, mas manteve a previsão de conclusão até dezembro de 2023.