Entrada do Brasil na OCDE deve afetar aspectos tributários e ambientais
Durante live organizada pela Fiesc, especialistas discutiram vantagens do ingresso do Brasil na OrganizaçãoNesta terça-feira (11), a Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias de SC (Fiesc) realizou uma conferência online para discutir as implicações da possível entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo os participantes, a expectativa é de que o ingresso na OCDE estimule o país a se desenvolver de uma forma mais sustentável.
Para atingir este desenvolvimento, o Brasil precisará mudar uma série de aspectos regulatórios, como uma simplificação tributária e uma modernização da legislação ambiental. De acordo com a professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Vera Thorstensen, o país terá que “liberalizar” algumas áreas para seguir os padrões da Organização.
“A OCDE discute as melhores práticas de governança. Essas práticas não são mandatórias, funcionam como um guia. Para se adequar, o Brasil vai ter que liberalizar áreas que ainda não liberalizou. Isso deve impactar especialmente os profissionais autônomos”, explicou.
“A Organização funciona como um grande secretariado dos objetivos do milênio, com 169 metas para se obter um desenvolvimento sustentável. Mais do que apenas acordos comerciais, a grande vantagem da entrada do Brasil na OCDE é a adequação da sua economia com os principais países desenvolvidos do mundo”, completou.
Para o diretor de relações governamentais da Whirlpool, Eduardo Vasconcelos, a entrada da OCDE pode auxiliar no aumento da competitividade e no estímulo a inovação no Brasil.
“O Brasil não inova dentro das possibilidades que tem. Até existem boas práticas como nos Institutos Senai de Inovação, mas ainda não conseguimos aplicar isso no setor produtivo. Com a gente se adequando ao que é feito nos países da OCDE, os investidores terão mais segurança, o que deve aumentar a nossa competitividade”, ressaltou.
A OCDE é composta por 37 países, sendo que apenas três são da América Latina – Chile, Colômbia e México. As discussões para a entrada do Brasil na Organização devem ser retomadas neste segundo semestre e todo o processo pode durar de três a cinco anos.