Disposição do empresário para investir na indústria é a maior em seis anos

Apesar do otimismo, industriais ainda reclamam da alta carga tributária e demanda interna insuficiente

O índice de intenção de investimento na indústria subiu subiu 1,1 ponto na comparação com dezembro e atingiu 59,2 pontos em janeiro. Este foi o quarto aumento consecutivo do indicador, que alcançou a maior marca desde fevereiro de 2014. O índice varia de 0 a 100 pontos. Os dados são da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

“É fundamental que essa intenção se concretize e a indústria amplie os investimentos. O aumento dos investimentos é importante para a criação de mais empregos e para acelerar o ritmo de crescimento da produção e da economia”, ressaltou o economista da CNI, Marcelo Azevedo. 

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que mede o uso efetivo em comparação a capacidade total da indústria, encerrou 2019 em 67%, uma queda de 3  pontos percentuais (p.p.) na comparação com novembro, o que é comum considerando a atividade industrial no fim do ano. Em comparação a dezembro de 2018, a UCI cresceu 2 p.p., alçando a maior marca para o mês de dezembro desde 2010.

“Os dados refletem o comportamento esperado para o período, com queda da atividade industrial devido ao término das encomendas para atender às vendas de fim de ano”, explicou a CNI.

A elevada carga tributária (43,6%) e a demanda interna insuficiente (29,6%) são principais problemas apontados por industriais de todos os tamanhos. As outras reclamações variam de acordo com o porte da indústria. Empresários de indústrias de pequeno e médio porte reclamam também da concorrência desleal (27,7% para pequenas e 19,5% para médias), enquanto os grandes industriais se queixam da taxa de câmbio (21,9%).

Melhora nas condições e otimismo

A pesquisa mostra que os empresários também perceberam uma melhora nas condições financeiras no quarto trimestre do ano. Pelo segundo trimestre consecutivo, os indicadores de satisfação com os lucros e com a situação financeira das empresas aumentaram. O índice de satisfação com a margem de lucro subiu para 45,8 pontos. Este é o maior resultado desde o primeiro trimestre de 2011.

Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), a melhora da atividade econômica eleva o otimismo dos empresários. De acordo com a entidade, eles apostam no aumento da demanda, exportações, compras de matérias-primas e do emprego nos próximos seis meses.