Dia Nacional Diabetes: Cirurgias auxiliam na cura do diabetes

No Dia Nacional de Conscientização do Diabetes, 26 de junho, destaca-se que 20 milhões de brasileiros têm a doença, colocando o Brasil em 6º lugar mundial.

A maioria dos casos (90%) é do tipo 2, controlável com atividade física e dieta, mas alguns necessitam de medicamentos ou insulina. Tendo em vista que, segundo estudo da Universidade de São Paulo, 77% dos pacientes com diabetes tipo 2 não aderem ao tratamento, cirurgias surgem como uma opção terapêutica promissora para esses pacientes.

O cirurgião bariátrico de Florianópolis com mais de  15 anos de experiência, Nicholas Kruel, explica que um dos tipos de cirurgia, é a cirurgia metabólica que segue os mesmos princípios da bariátrica, mas não tem o foco no emagrecimento e sim no tratamento do diabetes.  A indicação é para pacientes que tenham índice de massa corpórea (IMC) entre 30 kg/m2 e 34,9 kg/m2 e que a enfermidade não tenha sido controlada com tratamento clínico. Sugere-se que os efeitos da cirurgia metabólica sobre o diabetes podem ser até 100 vezes superiores aos dos remédios mais avançados.

A outra alternativa é a cirurgia de Interposição ileal, também conhecida como a cirurgia do diabetes, a mesma que foi realizada pelo jogador Romário e o apresentador Faustão, em que tem como pré-requisito apenas ter diabetes e não é necessário apresentar a obesidade.

A interposição ileal consiste numa técnica cirúrgica onde a parte final do intestino delgado (íleo) é reposicionada entre o duodeno e o jejuno (início do intestino delgado). Associado a isso é realizada a gastrectomia vertical, procedimento em que parte do estômago é retirada. Com isso, o pâncreas é menos estimulado e o organismo produz uma série de outros hormônios conhecidos como peptídeos intestinais que são capazes de controlar o diabetes.

“Se não tratado adequadamente, o diabetes pode levar a complicações graves como doenças cardiovasculares, danos nos nervos, insuficiência renal, amputações, problemas de visão e morte prematura e por isso a importância da conscientização sobre o assunto e de se buscar assistir os pacientes com tratamentos eficazes como as cirurgias”.

Obesidade e diabetes

O excesso de peso é um fator de risco significativo para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. A gordura corporal, especialmente a localizada na região abdominal, está diretamente ligada ao aumento da resistência periférica à insulina.

Essa resistência ocorre quando as células do corpo se tornam menos sensíveis à ação da insulina, hormônio responsável por regular os níveis de glicose no sangue. Como resultado, o pâncreas precisa produzir mais insulina para compensar, o que pode eventualmente levar à falência das células beta pancreáticas e ao desenvolvimento do diabetes tipo 2.

 Manter um peso saudável por meio de dieta equilibrada e atividade física regular é essencial para reduzir esse risco.

Foto: FREEPIK