Imersão artística Co-Incidências investiga outros modos de fazer dança durante a pandemia
Atividade gratuita faz parte da programação da 6ª Semana da Dança UFSC, que está com as inscrições abertas até este domingo (08)
Em pleno período de distanciamento social, a casa virou território a ser explorado e – no momento – lugar seguro que abriga as práticas do movimento. A ideia do curso “Co-Incidências: onde os encontros são possíveis” nasceu dessa experimentação à distância protagonizada por corpos ciborgues, enquadrados na interface do Zoom e demais plataformas de presença virtual.
A imersão artística é umas das atividades gratuitas propostas pela 6ª Semana da Dança UFSC, e ocorre de 17 a 20 de novembro, das 10h às 12h, no aplicativo Zoom. As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas no site oficial do evento www.semanadadancaufsc.com até 08 de novembro.
O trabalho investiga outras possibilidades e modos de dança que emergem quando o corpo se dispõe a habitar o entorno. Pesquisadora do método, a bailarina e professora Diana Gilardenghi irá conduzir a primeira parte da prática focada na observação, visualização e escuta para guiar o mapeamento dos espaços íntimos, no intuito de trazer à percepção suas topografias, texturas e densidades. A dança então se faz no encontro entre corpo e casa, por meio da experimentação com diferentes apoios e do trabalho por acumulação e subtração, criando passagens, trânsitos, paragens.
Hedra Rockenbach entra na segunda fase, quando irá apresentar possibilidades de composição de vídeos. Um exercício de pensar quais imagens se conectam por jogos de duplicidade, de sobreposição e de inversão. A experimentação irá se desenvolver em grupo, trios ou duplas sob o olhar de Paloma Bianchi, que auxiliará nos entendimentos das relações e das escolhas compositivas e dramatúrgicas.
Neste trabalho o acaso produz relações somente possíveis na virtualidade, e revela que as distâncias e o isolamento não impedem o encontro. No dia 21 de novembro, das 18h às 20h, o grupo participante – são 20 vagas disponíveis – irá mostrar o processo em tempo real no canal do evento no Youtube e também na TV UFSC, apoiadora do projeto.
A 6ª edição da Semana da Dança UFSC – parte da celebração dos 60 anos da Universidade Federal de Santa Catarina -, é realizada pela Secretaria de Cultura e Arte da UFSC e Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (FAPEU). Tem apoio da TV UFSC e parceria de conteúdo com o projeto Midiateca da Dança. O projeto é realizado pelo Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura, com recursos do Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura ⁄ Artes – Edição 2019.
SERVIÇO:
Co-Incidências: Onde os encontros são possíveis
Com Diana Gilardenghi, Hedra Rockenbach e Paloma BIanchi
De 17 a 20 de novembro,
4 encontros das 10h às 12h
Apresentação dia 21 de novembro: das 18h às 20h
Número de vagas: 20
O quê: Semana da Dança UFSC
Quando: 16 a 22 de novembro
Onde: https://youtube.com/channel/UC_saUQRmuwTsG-1M3woC0-w
Mídias: @semanadadancaufsc
Site: www.semanadadancaufsc.com
Ficha Técnica:
Ministrante: Diana Gilardenghi
Edição e composição ao vivo: Hedra Rockenbach
Dramaturgista: Paloma Bianchi
Necessidades: Acesso à internet, aplicativo Zoom e câmera do seu computador, celular ou Webcam.
Diana Gilardenghi
Professora, bailarina e coreógrafa, atua profissionalmente desde 1978. Começou seus estudos na Escola Nacional de Dança tendo se formado como bailarina no Taller Del Teatro General San Martin, em Buenos Aires. Residente de Florianópolis (SC) desde 1992. Integrou os grupos Duggandanza, Plastercaster, Potlach, Triz e Ronda. Diana é criadora e intérprete de dois trabalhos solo: Ecos (2004) e Crosta (2000), este último foi selecionado pelo Programa Rumos Dança do Itaú Cultural em 2000. É diretora da Triz Cia. de Dança, com a qual recebeu os prêmios Klauss Vianna 2008, para a realização do trabalho Um Duplo, e Klauss Vianna 2011 para a criação do espetáculo Em Constante. Atualmente atua como diretora convidada, preparadora corporal, e colaboradora em pesquisas de artistas e núcleos locais, a exemplo das montagens A sós (2011) e Solos de Silêncio (2014). Participou como performer no Projeto CASA de Lucila Vilela, contemplado pelo Elisabete Anderle em 2010 e 2013, e da performance 3 pontas de Letícia Cardoso. Em parceria com artistas e professores de Santa Catarina, realizou projetos coletivos como Núcleo de pesquisa do movimento (2002-2003) e Exercícios de improviso e apresentação de trabalhos coreográficos (2004), Workshop Texturas do Movimento e Corpografias (2019). Como docente, ministra cursos em escolas, centros de cultura, academias e eventos. Também foi professora convidada do Laboratório Corpo e Dança (2009) e Festival de Dança de Joinville (2010 e 2011).
Integra o coletivo de pesquisa e criação Mapas e Hipertextos no qual investiga a interseção entre dança e performance (2014-2017). Leciona aulas de dança contemporânea e participa do Projeto Corpo Tempo e Movimento junto a Sandra Meyer, Paloma Bianchi e Milena Duenha, projeto contemplado pelo Edital de Cultura Elisabete Anderle 2014 e 2017. Em virtude do período de isolamento, há três meses ministra aulas no formato online.
Hedra Rockenbach
Sound designer, musicista, iluminadora, coordenadora e diretora técnica de espetáculos. Atua profissionalmente desde 1995 junto ao Grupo Cena 11 Companhia de dança, participando desde então de todas as suas produções como responsável pela ambientação sonora, sendo também, a partir de 2003, responsável pela ambientação cênica (luz e cenário). Possui formação incompleta em arquitetura pela Universidade Federal de Santa Catarina, e em música e artes plásticas pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Por ter formação multidisciplinar, Hedra desenvolveu um trabalho singular no campo das artes cênicas no qual luz e som são criadores de dramaturgias e extensão da ação dos performers. Nos últimos anos vem ministrando oficinas e cursos de iluminação e de sonoplastia voltadas a profissionais da cena, a partir de uma perspectiva de diálogo e de relação entre corpo, som e luz. Desde 2017 também começou a atuar no cinema criando trilhas sonoras para longas e curtas metragens. Além de seu trabalho com o Grupo Cena 11, Hedra trabalha em parceria com outros grupos e artistas, como a Téspis Cia. de Teatro, a Karma Cia. de Teatro, a Key Zetta e Cia., a Camerata de Florianópolis, o Projeto Corpo, tempo e movimento, Luis Ferron, a Eranos Círculo de Artes, Alberto Heller, Gerald Thomas, e a Cia. Lápis de Seda.
Ao longo de sua carreira, a artista recebeu vários prêmios, dentre eles o APCA (2014, 2012, 2007, 1997); Prêmio Bravo (2007), Prêmio Sérgio Motta de Arte e Tecnologia (2007), Transmídia Itaú Cultural (2003), Prêmio do VI Festival Nacional de Teatro de Limeira (2010), e, pela trajetória de pesquisa recebeu a Ordem do Mérito Cultural 2014 do Ministério da Cultura e do Governo Federal. Hedra também foi contemplada por editais e prêmios nacionais e estaduais como Rumos Itaú Cultural, Funarte Klaus Vianna, Funarte Petrobras, Funarte EnCena, Funarte Mambembe de Dança, Elisabete Anderle. Referência em ambientação sonora para Dança no Brasil, viaja pelo país e pelo exterior com espetáculos e ministrando oficinas.
Paloma Bianchi
Bailarina, performer, professora e pesquisadora, é graduada em Comunicação das Artes do Corpo pela PUC-SP, com especialização em Performance. Possui dois mestrados, um em Práticas Cênicas e Cultura Visual pela Universidad de Castilla-La
Mancha (Espanha), e outro em teatro pela Udesc, onde realiza atualmente sua pesquisa de doutorado. Foi bolsista do PDSE pela CAPES na Universidad de Zaragoza (Espanha) em 2018/2019. Participou da pós-graduação em Psicoterapia Corporal Biodinâmica (IBPB-SP) e da formação em Anatomia Emocional no Laboratório do Processo Formativo. É formada no método Reeducação do Movimento e Cadeias Musculares pela escola Ivaldo Bertazzo. Estudou e lecionou por mais de dez anos danças clássicas indianas, nos estilos Bharathanatyam, Mohiniyattam e Kuchipudi, na filial brasileira da Natyalaya School of Classical Dances. É artista da dança atuando como intérprete-criadora, diretora, dramaturgista e interlocutora de processos de criação. Participa do Coletivo Mapas e Hipertextos desde 2013, com o qual produziu os trabalhos: Brasil em Jogo (2016); Esbarra (2016); Sem Cabimento (2015); Rainhas Latrinoamericanas (2014); Aparência e Permanência (2014); Mundo CA(r)NI (Coletivo Mapas e Hipertextos); Sobre (im)posições nos anais Vol. 7 (2014). Participa do Projeto Corpo, Tempo e Movimento desde 2014, com o qual produziu os trabalhos: Narrativas em dois corpos (2016); Dança Coral (2016); Linhamar (2016); S/título (2016); Greta (2016); O que é estar aqui? (2016); Aqui (2018/2019); Compra-se e vende-se memórias de Chapecó (2019). Além da participação nesses coletivos, Paloma também atua como artista convidada em outros trabalhos como: Protótipo 2: encher-se de buracos (interlocução dramatúrgica para o projeto ensaio para algo que não sabemos – Florianópolis-2019); Barricada (performer no trabalho de Marcelo Evelin – Museu Reina Sofia/Madrid-2019); Una noche con Ramona (performer no trabalho de Raffaella Menchetti – Museu Reina Sofia/Madrid- 2019). Entre 2018 e 2019, durante sua estadia em Madrid, produziu três trabalhos solos: carnet de desidentidad (performer criadora – Museu Reina Sofia/Madrid); mantenerse insistente (performer criadora – DT espacio cenico /Madrid); e hacia (criação de instalação – Museu Reina Sofia/Madrid).