Entrevista: Duca Leindecker

O que te levou a trazer ao palco um show dedicado a Cidadão Quem celebrando 20 anos?
Duca: Acho que foi um disco muito importante pra banda. As coisas vão se perdendo com o tempo. Lembrar é uma forma de trazer para outras gerações algo que permaneceu vivo em gerações anteriores. Sem falar na homenagem aos integrantes que não estão mais aqui.
Olhando para o passado, qual a contribuição que a banda deu para música regional e brasileira?
Duca: Nunca pensei muito nisso. Sempre fiz musicas para externar os meus sentimentos sem projetar expectativas. Me sinto muito privilegiado de algumas musicas do período da Cidadão Quem terem sobrevivido ao tempo e terem feito parte da vida das pessoas.
Os anos 90 estão presentes hoje na música, moda, no cinema, nas artes em geral e mesmo na retomada dos costumes da época. Se a Cidadão Quem surgisse hoje, olharia para as décadas de 80 e 90?
Duca: Nunca tomei nada específico como referencia. Sempre me influenciei por musicas que me
impactaram de alguma forma, Dos Dobbie Brothers ao Kleiton e Kledir, Do Van Halen ao Joao Gilberto.Nesta trajetória em que a banda perdeu ex-integrantes de forma prematura, Cau Hafner e Luciano Leindecker, como essas ausências te impactaram e mudaram sua carreira ?
Duca: Tremendamente. Perder companheiros de Banda muda tudo. Perder um irmão muda tudo. Com a morte do Luciano não vi mais nenhuma possibilidade de manter a banda. Casualmente durante a doença do Luciano fizemos o Pouca Vogal. Um projeto que me impactou muito.

A banda passou por muitos festivais dentro e fora do Brasil. Qual desses momentos mais te marcou? Duca: Acho que fizemos mais de mil shows e é realmente difícil escolher um entre tantos feitos com tanta entrega. Talvez os primeiros Planetas, Rock’n Rio…

O show 20 anos Cidadão Quem em formato acústico recria o som e imagens dos momentos mais marcantes da trajetória da banda. Nos conte um pouco como foi concebido esse show?
Duca: Este show é o show de 20 anos do lançamento do DVD acústico da Banda. É um show que recria o disco na integra como ele foi lançado no final de 2004.

Seu filho, Guilherme Leindecker, assume o baixo acústico com a missão de representar o tio. Que filme passa na sua cabeça com esse encontro de gerações de família no palco?
Duca: Muita emoção e a sensação de ser um sobrevivente nessa vida doida. O Gui toca com o baixo do Luciano. De alguma forma ele mantém viva a presença do tio.

Falando sobre o repertório, como foi selecionado e o que público pode esperar do show?
Duca: É o show do DVD acústico na íntegra.

Qual sua expectativa de apresentar o show em Florianópolis?
Duca: Sempre sou muito bem recebido em Florianópolis. Tocar no CIC pra mim traz muitas memórias incríveis de shows inesquecíveis. Quem não adora Floripa?

Algum momento especial para os fãs de Santa Catarina?
Duca: Todos.

Entrevista por: Anselmo Prada

 Foto: Divulgação