ARTIGO: Coronavírus e a lição de vida que ele nos traz, por Carlos Chiodini
Quase 200 mil pessoas infectadas pelo Covid-19 no mundo e oito mil mortes em quase três meses de epidemia. Estamos em 2020 e ainda despreparados temos de lidar com um vírus, que surge a ponto de serem necessárias medidas drásticas de contato social para se evitar uma disseminação em massa.
Superlotação de hospitais, de supermercados, prateleiras vazias, falta de produtos de higiene e medicamentos. Tudo para se evitar uma contaminação generalizada. Mas o que esse Coronavírus nos ensina? Ou, melhor, nos reeduca?
O Covid-19 fechou estabelecimentos públicos e privados, fronteiras, restringiu acessos, suspendeu cruzeiros, eventos sociais, apertos de mão e abraços. Se houver dezenas de milhares de pessoas reunidas, mantenham-se a uma distância entre 1,5 e 2 metros entre si, orientam os epidemiologistas.
Economicamente, afetou a bolsa de valores, o lucro, provocou alta nos preços dos produtos e reduziu o ganha pão do pequeno empreendedor. Comprometeu, ainda, o poder de ir e vir, de se sentar na praça e celebrar o casamento ou aniversário de um familiar.
Reflitamos ainda na estrutura física das unidades de saúde, que não possuem leitos suficientes para dar conta de tanta gente doente. E os profissionais de saúde? Trabalham em meio ao alto risco de contaminação.
Na China, onde ocorreu o epicentro do primeiro surto, quase duas mil pessoas morreram. Houve estabilização por conta das medidas preventivas como a detecção precoce do vírus, facilitando assim o tratamento. Hong Kong, Taiwan, Japão e Coréia do Sul seguiram na mesma linha.
No Brasil, também registramos mortes e pessoas infectadas. O Covid-19 alcançou todas as nossas regiões. Viajou do Norte ao Sul, de Leste a Oeste.
Como deputado federal, e representante do povo diante do poder público, precisava fazer algo. Sentia-me incomodado com tantas mudanças que prejudica o povo brasileiro. Na minha estrada de vida política, sempre dei atenção ao desenvolvimento econômico, sustentável, tecnológico. Trabalho no Congresso Nacional para promover qualidade de vida aos brasileiros, aos catarinenses. Prezo pelo empreendedorismo jovem, pelo pequeno produtor, que paga seus impostos em dia.
Diante dessa situação inusitada e inesperada, encaminhei ao Congresso duas proposições com a intenção de reduzir os fortes impactos dessa apavorante epidemia. Com tantas incertezas quanto à cura e ao tratamento no mundo inteiro, pedi por medidas de apoio social. Encaminhei dois projetos de lei, que beneficia as pessoas físicas, Microempreendedores Individuais (MEIs), Micro Empresas e toda a população que trafega nas rodovias do nosso imenso país.
Enquanto estivéssemos nessa tamanha crise, solicitei que fosse suspensa a cobrança nas praças de pedágios, evitando assim a contaminação por meio de moedas ou dinheiro papel. Pedi ainda pela não suspensão dos serviços essenciais aos cidadãos como água, luz, internet e telefone, em caso de não pagamento.
Estamos em situação de calamidade pública e ações como estas me dão a certeza de que juntos podemos ser mais fortes. Conotativamente, podemos dizer que o Coronavírus tem a velocidade da luz. Sigamos então o exemplo de sua agilidade propondo políticas públicas céleres, eficientes e eficazes, em busca de resultados concretos que permitam retomarmos a empatia, a solidariedade e a compaixão, próprias do nosso povo brasileiro. É nesse caminho que tiraremos a lição de que sozinhos não chegamos a lugar algum. Nem o Coronavírus chega!
Por Carlos Chiodini, deputado federal por Santa Catarina